O microinversor e seu irmão mais velho lado a lado para comparação
O que é um microinversor?
Um aparelho essencial para o funcionamento de um sistema solar fotovoltaico entrou no mercado brasileiro para estabelecer o seu lugar: estou falando do microinversor.
Os microinversores já estão no mercado americano desde 1990, mas se tornaram populares no Brasil apenas em 2018.
Isto ocorreu devido à quantidade de geração distribuída por fonte solar fotovoltaica praticamente ter quase triplicado aqui no Brasil de 2017 a 2018 e, diante deste aquecimento do mercado, os microinversores terem aparecido como uma solução no mercado nacional.
Basicamente, o microinversor possui a mesma função do inversor tradicional que é transformar a energia gerada pelos módulos fotovoltaicos de corrente contínua para corrente alternada.
Porém, os microinversores são mais compactos e tem algumas diferenças primordiais quando comparados aos inversores tradicionais.
Vamos conhecer agora as 7 principais diferenças entre um inversor tradicional e um microinversor:
DIFERENÇA 1: O MAIS ÓBVIO - O TAMANHO
A primeira diferença marcante entre o inversor e o microinversor é o tamanho. Os microinversores em geral são mais compactos.
Os inversores tradicionais possuem a largura perto dos 40 cm, a altura variando entre 30 cm a 70 cm e profundidade entre 10 cm a 20 cm.
Estes valores variam conforme o modelo e as diferentes marcas presentes no mercado.
Enquanto isso, os microinversores são bem menores: muitas vezes chegam a ser menores que uma folha de papel A4 (que possui 21 cm de largura por 29,7 cm de altura).
Somado a isto, a potência que os microinversores são compatíveis também é menor em comparação aos inversores tradicionais.
Microinversor no detalhe
Inversor tradicional no detalhe
DIFERENÇA 2: FRENTE AO PROBLEMA DO SOMBREAMENTO
Um problema bastante enfrentado na hora de realizar um projeto fotovoltaico é o do sombreamento.
Por vezes, tem alguns horários do dia, em especial pela manhã, na qual um dos módulos do sistema pode sofrer com o sombreamento.
Quando uma string (módulos conectados em série) está conectada à entrada de um inversor tradicional e existe nesta string pelo menos um módulo sombreado parcialmente, toda a geração daquela string fica prejudicada.
Por sua vez, no caso de sombreamento parcial de um módulo conectado a uma entrada independente de um microinversor, que em geral possui a tecnologia MLPE (Module-Level Power Eletronics), há o controle da geração de energia solar fotovoltaica para aquele módulo individualmente.
Importante frisar que alguns inversores especiais também trazem a tecnologia MLPE, combinando o que há de melhor nos inversores tradicionais com o que há de melhor nos microinversores, porém isto os torna mais caros atualmente no mercado nacional.
Para os microinversores, mesmo no caso de sombreamento de um módulo, a geração do sistema como um todo não fica afetada como ocorre no caso de um inversor tradicional, mas apenas daquele módulo sombreado. Isto permite maior geração de energia e menos perdas.
Na figura abaixo, isto fica mais claro: para o sombreamento de 50% em apenas um módulo, no caso do inversor tradicional, toda a string conectada reduz sua capacidade de produção de energia pela metade.
Enquanto no mesmo caso para o microinversor, apenas o módulo sombreado é afetado e diminui sua produção em 50%, enquanto os outros módulos permanecem gerando 100%.
Geração frente ao sombreamento de módulos: primeiro caso para o inversor tradicional e segundo caso para uso de microinversor.
Além disso, devido às entradas independentes, o microinversor pode ser usado em telhados que possuem mais de uma direção. O inversor tradicional normalmente tem capacidade apenas para uma direção ou no máximo duas direções, dependendo do número de entradas.
DIFERENÇA 3: MONITORAMENTO DE FALHAS NOS MÓDULOS
É comum nos inversores tradicionais haver um sistema de detecção de falhas de geração por string.
Caso haja alguma string com uma geração menor que a esperada, o inversor consegue perceber. Todavia, ele não é preciso em dizer em qual módulo está o problema.
Já o microinversor é capaz de monitorar módulo por módulo.
Se algum dos módulos apresentar defeito ou falha, a detecção ocorre a nível do módulo.
Além disso, em caso de uma falha do inversor tradicional, todo o sistema é desligado, sem possibilidade de geração parcial.
Enquanto isso, para o caso de falha no microinversor, apenas os módulos conectados a ele tem a geração prejudicada. Portanto, existe geração parcial no sistema até a troca do microinversor com defeito ser realizada.
DIFERENÇA 4: MANUTENÇÃO E TROCAS NO SISTEMA FOTOVOLTAICO
No caso de troca de módulos no sistema fotovoltaico após anos de funcionamento da instalação, o uso de inversor tradicional apresenta uma limitação:
- Uma string conectada ao inversor tradicional só pode ter módulos com o mesmo valor de potência.
Por exemplo: se um módulo for de 240 W, eu não posso colocar nessa mesma string um de 360 W, pois isto prejudicaria a geração global.
Como a tendência, com o passar dos anos, é que existam no mercado módulos com potências cada vez mais elevadas, na hora de realizar uma eventual troca de módulos, posso acabar não encontrando no mercado algum módulo de mesma potência e mesmas características do original.
Com isso, se existir a possibilidade de aumento da demanda posteriormente à instalação, é mais vantajoso e prudente usar microinversores.
Por conta das entradas independentes, o microinversor é capaz de monitorar módulos mesmo no caso das potências individuais serem diferentes, sem prejudicar a geração global.
Além disso, o microinversor traz maior segurança ao instalador, pois uma string conectada a um inversor tradicional aumenta a tensão CC do sistema fotovoltaico, fato perigoso.
Para microinversor com entrada independente, a tensão fica em níveis baixos, como 40 Vcc, trazendo segurança ao instalador.
O microinversor é capaz de monitorar módulos mesmo no caso das potências individuais serem diferentes
DIFERENÇA 5: O LOCAL DE INSTALAÇÃO
Uma importante diferença entre microinversor e inversor está no local onde ocorre a instalação de cada um deles.
Os inversores tradicionais também são chamados “de parede”.
Este nome popular se dá devido a eles serem instalados na parede da casa a qual pertence a instalação fotovoltaica.
Já os microinversores são instalados embaixo do telhado. Portanto, toda a instalação, desde os módulos ao microinversor, ficam no telhado.
Além disso, microinversores não vão precisar de string box, porque estão instalados no telhado. O cabeamento que sai do telhado é apenas o do circuito em CA.
DIFERENÇA 6: GARANTIA E VIDA ÚTIL
Os microinversores apresentam vantagem quanto à garantia.
Em geral, a garantia é de 15 anos e a vida útil é maior que a do inversor tradicional.
Os inversores tradicionais apresentam geralmente a garantia de 5 anos.
DIFERENÇA 7: O PREÇO
Atualmente no mercado o preço do microinversor é mais elevado que o do inversor tradicional.
Isto ocorre tanto pelo menor número de empresas que fornecem o equipamento, quanto às suas características de funcionamento, que o fazem ter certas vantagens sobre seu irmão mais velho em alguns aspectos.
AFINAL, QUAL DEVO ESCOLHER: MICROINVERSOR OU INVERSOR TRADICIONAL?
Vimos neste artigo as 7 principais diferenças entre o inversor tradicional e o microinversor.
Cabe ao projetista ou ao responsável técnico pela negociação conversar com o cliente que fará a instalação fotovoltaica em sua casa acerca do custo-benefício entre usar o microinversor ou o inversor tradicional.
Isto vai depender de uma série de fatores, alguns mensuráveis e outros nem tanto, por não estarem ligados à valores monetários, mas a valores de vida.
Porém, é importante sempre frisar: nem sempre o preço é o fator mais importante na escolha de determinado tipo de equipamento.
Afinal, uma escolha certa agora pode fazer toda a diferença no longo prazo.
Então sempre converse com o projetista fotovoltaico para que ele possa trazer as melhores opções para você, antes de partir para a fase da instalação propriamente dita.
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