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Crise Hídrica: terá ela fim?

Desde o mês de abril deste ano, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a mudança para a Bandeira Vermelha na conta de luz. A Bandeira Vermelha corresponde aos custos da geração de energia elétrica. Se a geração de energia se dá por meios mais caros, como aquela das matrizes termelétricas, é necessária a cobrança de uma taxa extra. A CREG (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), que foi criada pela Medida Provisória nº 1.055/2021 com o intuito de gerenciar a crise hídrica, anunciou nessa quinta-feira (09/09) a contratação de mais usinas térmicas para suprir a demanda energética do país pelo período de entre 2022 e 2025.





A medida tomada pelo CREG ao contratar mais usinas termelétricas significa que o Brasil seguirá sendo assolado pela falta de água. Parte da origem desta seca é o evento climático natural chamado La Ninã. Este fenômeno natural é uma condição climática que deixa as águas do oceano pacífico situadas perto da América do Sul mais frias que o normal, alterando a umidade do ar e a distribuição de calor em algumas partes do planeta. Este fenômeno tem ocorrido desde outubro de 2020 e tem alterado o regime de chuvas do Brasil, causando excesso de chuvas ao Norte e falta de chuva no Sul e Sudeste, estes últimos sendo onde ficam localizadas as maiores bacias hidrográficas do país.


Porém, o La Ninã não é o único responsável. A mudança climática, provocada pelo aquecimento global causado pela emissão de Gases Efeito Estufa e pelo desmatamento da Amazônia e outras florestas naturais, é a maior responsável pela atual seca que não ocorre somente no Brasil, mas ao redor do globo. A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou, por meio de sua representante especial para redução de risco de desastres, Mami Mizutori, que a seca se tornará a próxima pandemia, para a qual não existe vacina.


Na atual conjuntura, a matriz termelétrica representa 30% da produção de energia do Brasil. Para arcar com os custos desta matriz, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) criou a taxa de escassez hídrica, que equivale à uma cobrança extra na conta de luz, que já vinha alta desde abril deste ano. Sem previsão certa para as chuvas, o governo vem acionando cada vez mais termelétricas, uma delas sendo a mais cara do país, a William Arjona, com a tarifa de R$ 2.443 por MWh. "A perspectiva é que teremos ao final de novembro os reservatórios em níveis muito baixos e não podemos contar apenas com chuvas.", disse o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Christiano Vieira da Silva.


“A chuva precisa de umidade para ocorrer. Se você modifica o solo, substitui florestas, desmata nascentes de rios, tudo isso causa mudança de umidade. Não há como dizer qual o percentual de cada fator nesse processo [crise hídrica]. Há uma combinação de coisas”, declarou o meteorologista Marcelo Seluchi, do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). A ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) preveem que o Brasil iniciará o ano de 2022 com os níveis dos reservatórios ainda mais baixos do que em 2021, mesmo sem a cooperação do La Niña.


"Teremos que reencher nossos reservatórios e como isso vai ser feito? Não só com as chuvas, mas também com a utilização de outras fontes energéticas, como eólica, solar, biomassa e também com térmicas", disse o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Entretanto, dentre estas soluções, as que mais cooperam com a futura segurança energética do Brasil, e do mundo, são as matrizes renováveis.


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